“Antes furávamos bidons para conservarmos as sementes, com este celeiro conservamos bem”, este é o testemunho de Julião Cumbe, de 49 anos de idade, pai de 15 filhos, vive em Sabié, no distrito de Moamba, província de Maputo.
Julião Jossias Cumbe é camponês, dedica-se a actividade agrícola desde a adolescência, ele tem na agricultura sua base de sobrevivência e da sua família, pois é através dela que supre as necessidades do seu agregado familiar.
Cumbe é também membro e secretário da Associação Bindzulane Vavassate, uma associação composta por 26 camponeses, dos quais 20 são mulheres. Bindzulane Vavassate beneficiou-se de diversos apoios, dos quais a construção de um celeiro para a conservação de nossas sementes locais/nativas, um gesto que visa melhorar as condições de armazenamento de sementes.
A construção do celeiro enquadra-se no âmbito do projecto “Reduzir a insegurança alimentar e promover a saúde nutricional das famílias camponesas no posto administrativo de Sabié, distrito de Moamba”, implementado pela UNAC em parceria com a Associação de Trabalhadores e Técnico sem Fronteiras, distrito de Moamba, província de Maputo.
Visivelmente entusiasmado com a conclusão do celeiro, Julião recuou ao tempo para nos lembrar sobre os métodos de conservação de sementes, “antigamente sofríamos em como conservar as sementes, furávamos os bidons e às vezes as sementes apodreciam, agora que temos o celeiro conservamos bem as sementes”.
Segundo o secretário de Bindzulane Vavassate, a conservação é feita usando folhas das árvores como mafurreira e seringa, o tabaco e rapé são também usados para conservar as sementes.
O celeiro com capacidade de conservar pelo menos 340 quilos de sementes, vai beneficiar 45 camponeses, dos quais 15 homens e 30 mulheres.