O estudo recolhe testemunhos de mulheres rurais, destacando os desafios enfrentados no dia-a-dia, incluindo formas de violência de género e a falta de reconhecimento do papel feminino no campo.
De acordo com o coordenador da UNAC, Luís Muchanga, a obra pretende amplificar a voz das camponesas e contribuir para a luta por direitos, igualdade e justiça social.
A representante da Via Campesina na República Democrática do Congo, Melani Ocutxo, enfatizou que a paz é um elemento essencial para assegurar autonomia e dignidade às mulheres.
Em Moçambique, a presidente da União Provincial dos Camponeses de Maputo, Rebeca Maphule, alertou que o baixo nível de escolaridade e o desconhecimento das leis tornam as camponesas particularmente vulneráveis: “As mulheres rurais, por terem pouco acesso à escola e desconhecerem a legislação que as protege, sofrem caladas”, afirmou.
Também presente no lançamento, Aida Phalante, da Associação Primeiro de Maio, considerou o momento como uma oportunidade de aprendizagem e de articulação regional.
A iniciativa faz parte da Via Campesina, movimento internacional que congrega organizações de 82 países, envolvendo mais de 200 milhões de camponeses. A UNAC espera que o estudo se torne uma ferramenta de sensibilização e de pressão política, incentivando governos e comunidades a combater a violência de género e a promover a igualdade no meio rural.